terça-feira, 21 de abril de 2009

Fingolfin
Tal guerreiro rei
Faleceu nas mãos
De Melkor sombrio
(O vil Lorde Negro).
Fingolfin chamou-se.
Dos Noldor foi rei
Em aflitos tempos
Do furor divino
Que abateu sua raça
De espoliados filhos.

Com saber reinou
Essa nobre lança
Do Senhor Eru,
Nobre filho e irmão
Que em fraterno amor
Valinor deixou
Pra não mais voltar.

Já na Terra Média
Exilado viu
A incessante morte
De seu amado povo
Pelo algoz tirano,
A lançar opróbrios,
Confundindo as almas
Com mentiras suas.

Carregou tal sorte
Fingolfin até
Derradeiro dia,
Dia de fúria e raiva
Da final peleja
Do Noldor monarca.
Com furor correu
À sombria morada
Do vil Lorde Negro
A falar em alto
E imponente tom:
“Vai, covarde! Venha
Ó covarde Lorde,
Vil Senhor de escravos,
Apareça e lute”.

Com estrondo vem
O gigante vil
Com suas negras vestes,
Que forjada em aço
Do infernal covil
O reveste em fúria.
O gigante em voz
De trovão lhe diz:
“Aqui estou co’a lança
Pra esmagar você
Repugnante inseto
A zunir no ouvido.
Se prepare verme
De tão grande fado,
Morte encontra aqui”.

Deu-se o tal combate
Entre treva e luz,
Luz que brilha fraca,
Tão gigante as trevas
Que carrega o Lorde.
Treva esmaga o rei
Dos Noldor eleito.
Mas, ferida deixa
No vil Lorde Negro
Que jamais se fecha,
Tal potente gládio
Do monarca audaz.

Foi-se assim o rei
Caminhar pra longe,
Lá no norte além.
E não o vimos mais,
Foi a Mansão de Mandos
Pra não mais voltar.
Fingolfin enfim,
Tal o feito audaz
Que a loucura empreende
Nos fazendo grandes
Mesmo em morte certa.
Tal ferida nunca
Curará no Lorde
Da Mentira e Fado.
Foi pequeno e grande,
Verdadeiro rei
De fortuna rara.