domingo, 5 de setembro de 2010

O homem de vidro

Um homem de vidro atravessa a rua.
Seus passos são incertos e seu olhar vazio.
Seu rosto de vidro, todo remendado!
Quantos tombos ele levou...
As cicatrizes do passado
Estão estampadas no seu rosto.

O homem de vidro
Com seu corpo de vidro,
Remendado dos pés à cabeça,
É o que sobrou de uma peça rara.
Ele não consegue atravessar a rua.
Um desejo negro o atropela.

Um homem de vidro cai outra vez,
E, não se levanta...
Ele espatifou-se...
Só sobraram os pedaços
De um homem de vidro
Espalhados pela rua.