quinta-feira, 23 de julho de 2009

Bhagavad Gita

I
Por quê te aflige grande e nobre Arjuna?
És tu de “Kunti” nobre e grande filho,
O poderoso arqueiro todo brilho,
Mais brilhante que “Surya” e grande Luna.

Você não pode desistir agora,
Pegue tudo que é seu, não mais hesite.
Eu já matei seus primos. Acredite,
São só corpos, cadáveres por hora.

hesite em atirar as suas flechas,
Não se iluda co’aquilo que morreu,
Pois tudo o que tem neste mundo é meu.

Eu preencho grandes e pequenas brechas
Eu sou “Parabhamâ”, sou a Super Alma,
Eu sou a divina graça, dou-te calma.

II

Ó “Paramatmâ, vejo essa ilusão,
Vejo o errado caminho percorrido
Pelo seu filho pródigo iludido
Que em vez do sim prefere o falso não.

Já não são meus parentes, inexisto
Pra poder integrar a Super Alma,
Eu sou o guerreiro Arjuna já sem trauma.
Nesta batalha contra mim me alisto.

Novamente levanto o arco divino
E preparo meu tiro tão certeiro
Contra esse “Karna” verme e vil guerreiro.

Ó “Krishna”, dentro de mim toca o sino,
Sei ser este o momento agora certo
Para curar meu ferimento aberto...

Charles Baudelaire

Quero fazer satânicos meus versos,
Como o nosso pai gótico fazia.
Quero transformar báculo em poesia,
Ser Baudelaire em modos tão diversos.

Sim, eu vejo nascer Flores do Mal
Nesse mundo tão gótico e sombrio
De eterno luto, gélido e tão frio,
Por isso transformava ópio em portal.

Litania Satânica me inspira,
Não sou mais o Albatroz todo confuso,
Nenhum Frankstein sem porca ou parafuso.

Em total decadência o mundo gira.
Nele o grotesco vira bela arte,
Disseca o decadente parte a parte.