segunda-feira, 11 de maio de 2009

Formas e cores não são nada além
Do que formas e cores em tumulto,
Massa sem corpo nessa vida em vulto
Cheia de antíteses; alguém ninguém

Nesta loucura, paradoxo em verso
Que me joga em imenso Mar Fonema.
Som e palavra, verso e ritmo, tema
Sem tema que compõe meu corpo imerso

Nessa sintaxe, pois aqui é só texto,
Nada mais que palavras que limitam
O que tem dentro de mim, pois imitam

Como se colocassem um cabresto
E Eu só pudesse olhar pra frente agora,
Mas metafísica em meu peito mora.

Cosmogonia menor não manifesta

...As Trevas, nada existe em “Malkut” hoje.
O seu Corpo virá da terra Soma
Hoje no fim do seu mais forte Coma.
A sua Princesa Vida assim lhe foge.

Soma em mim morre, “Malkut” nasce e cresce.
Sou “Chaya” de mim mesmo no planeta,
O mais veloz e atâmico cometa
Que esconde “Arrupa” e em “Rupa” ele fenece.

Tudo se liga, Corpos densos lado
A lado em consumível vida morta
Que morre na ilusão que em si comporta.

De “Arrupa” a “Rupa” o meu é o seu grande fado.
Somos um na inconclusa vida fria...
Então, já nova Terra nasce e cria...

Peter Pan

Por quê choras Peter Pan?
-Não tem mais Terra do Nunca,
Só esse mundo fundo e seco!
Então, Peter Pan cresceu.

Por quê choras Peter Pan?
-Fada Sininho está morta,
E Jane está tão crescida!
As crianças crescem um dia.

Por quê choras Peter Pan?
-O Gancho foi derrotado,
Com quem sempre vou lutar?
O Tempo devora tudo.

Por quê choras Peter Pan?
-Porque agora estou tão grande
E não quero mais crescer!
Agora não tem mais jeito.

Por quê choras Peter Pan?
-Wendy não quer mais brincar
E eu não sinto mais vontade!
Você e Wendy já estão velhos.

Por quê choras Peter Pan?
-Não tenho mais minha flauta,
Tenho gravata e chapéu!
Você é um homem, não menino.

Não mais choras Peter Pan?
-Não, não choro nunca mais
Porque hoje sou Peter Pan,
A infância eterna hoje sou!