segunda-feira, 8 de junho de 2009

Quebra cabeça

Não noite
Mais tem
No belo
Tão mundo,
Tão lido
Que cai
A fina
Tão folha,
Não que
Não pena
A seja
Qu’escreva.

A Casa Viva



- Entre!
- Minha nossa, que lugar estranho aqui!
- Não entendi, estranho como?
- Essa sala, por exemplo, é coisa de louco ver essas cadeiras, mesas, abajures e estantes se moverem.
- Porque estranho? Eu dou liberdade a todos aqui. Todos são iguais para mim.
- Eu nunca vi coisas tão estranhas. Aonde já se viu objetos se moverem?
- Você os está vendo agora, estão na sua frente, e porque eles não podem ser livres? Acho que no seu mundo as coisas devem ser muito chatas.
- Não acho, lá quando eu quero assistir à televisão o sofá não fica andando como um doido por aí.
- Viu como são chatas as coisas nesse seu mundo. Televisão sim é uma coisa chata, um aparelhinho quadrado que fica mostrando imagens. Não preciso disso no meu mundo, aqui tudo é verdadeiro.
- Não acho, eu passo o dia inteiro em frente à televisão e me divirto muito.
- Tudo bem então, já que você está dizendo. Minha opinião continua a mesma. Mas vamos mudar de assunto por hora. Quero saber o seu nome primeiro, afinal de contas não nos apresentamos ainda.
- Sou Nielad e moro a duas quadras daqui.
- Prazer Nielad. Chamo-me Gilfred.
- Porque eu nunca vi sua casa aqui? E olha que moro nesses arredores a um tempinho.
- A resposta é bem simples amigo. Minha casa sempre esteve aqui nesse lugar, o problema é que você não queria vê-la.
- Como assim? Todas as casas podem ser vistas, isso não é verdade.
- Essa é diferente, ela se mostra para quem quer vê-la, não é como as casas comuns que aparecem para todo mundo, esta é muito refinada, e fale baixo, pois ela pode ficar ofendida com o comentário. Sabe como é, ela é um pouco orgulhosa.
- AH, não me diga que ela também é viva e fica andando por aí.
- Nossa, estamos começando a nos entender. É isso mesmo, ela tem vida, mas não anda, como lhe disse ela só se esconde mesmo, e só se mostra para quem quer vir aqui.
- Mas eu não queria vir para cá, eu simplesmente brincava com minha bola e ela caiu no seu quintal.
- Nossa! Você entrou numa enrascada das grandes.
- Porque?
- Lá é um reino imenso, e com muitas criaturas más. São de todos os tamanhos e de todos os jeitos.
- Não acredito. E estou indo para lá agora mesmo pegar minha bola.
- Tudo bem! É só seguir em frente e abrir a porta.
- Fácil mesmo...
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- Falei para você ter cuidado, lá é um lugar perigoso.
- Socorro! Há um dragão correndo atrás de mim.
- Agora é tarde meu amiguinho, te avisei e nada posso fazer, ele tem vontade própria, não interfiro na vontade de ninguém.
- Por favor, me ajude, ele está cuspindo fogo e pegou na minha blusa, vou morrer queimado.
- Ah, não vai não amigo, pois vaso ruim não quebra fácil e além do mais a porta de saída está perto de você, é só correr e sair, o dragão não sai de minha casa, pode ficar tranqüilo.
- Obrigado... Estou conseguindo...Consegui.


-Nossa! Que menino estranho. Imagina, falar que minha casa não é real. Ele que é louco!

Fim