quarta-feira, 24 de junho de 2015

"Iniciação" - Poema de Fernando Pessoa transformado em música

Ontem eu postei esse vídeo no youtube. Ele foi o resultado de um projeto que já tenho em mente faz um tempo, de musicar poemas. 

Escolhi o poema "Iniciação" por ser um dos meus favoritos do Pessoa, e por perceber que dava para fazer umas experimentações sonoras que transmutassem àquelas palavras na própria experiência mística sonora. 

Assim como esse, em breve outras músicas eu farei do poeta de infinitos eus.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Entrevista https://www.youtube.com/watch?v=6fQcnJfd8i8

Acabou de sair uma entrevista que concedi ao projeto Litera Brasil. Lá, falo sobre o meu livro, meus projetos literários, e muito mais.
Deem uma conferida. São dois garotos os responsáveis pelo projeto, e pode-se notar a grande maturidade como abordam os temas.


https://www.youtube.com/watch?v=RxydcjzPAvA


terça-feira, 17 de março de 2015

"A última obra", conto de minha autoria publicado na revista Subversa nº5, 2015

Semana passada meu conto foi destaque da semana no Canal Subversa. Agora vocês podem conferi-lo na revista, que foi publicada ontem. Aqui em baixo está o link para quem quiser fazer o download da revista digital. É grátis, e o trabalho, como um todo, ficou excelente.

http://canalsubversa.com/?p=1860


quinta-feira, 12 de março de 2015

Publicação do conto "A última obra"

Essa semana tive a agradável surpresa de saber que meu conto está sendo o destaque da semana no Canal Subversa. É mais um reconhecimento pelo meu trabalho literário.

E semana que vem esse mesmo conto será publicado na revista digital.

http://canalsubversa.com/?p=1822http://canalsubversa.com/?p=1822

terça-feira, 23 de setembro de 2014



http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1831&idProduto=1863


Eis uma conquista minha! Há cerca de 10 anos, comecei a iniciar meus projetos literários. O primeiro poema que escrevi veio de um desenho que uma amiga fez para mim. E, daquele momento em diante, eu fui aperfeiçoando a minha escrita.
Comecei a escrever o Convite ao abismo em 2009 quando eu fazia oficinas de criação literária e especialização em Literatura pela PUC. Foram muitas obras rascunhadas, principalmente sonetos, que era a forma que eu tinha eleito como dominante na época, até começar a explorar mais os versos livres e dar a obra por finalizada em 2012.
Foi uma grande luta para conseguir uma editora que me publicasse. Mandei e-mail para muitas delas, e a maioria nem sequer me retornavam, até que a Multifoco aceitou meus originais e se propôs a me publicar.
Tenho muito a agradecer a eles. Primeiro pelo fato de terem reconhecido o potencial da minha obra, e segundo, pela excelente aparência. A arte da capa ficou maravilhosa, e expressa o lado abissal da minha poesia. Foi além da minha expectativa.

Aqui deixo o link da página da editora aonde meu livro está a venda. Quem comprar, vai se deparar com poesias que beiram uma linguagem abissal, que engole o sujeito e o leva para o lado obscuro da palavra, que são serias que cantam de forma estranha e bela essa fragmentação do homem moderno ante as grandes cidades.

sábado, 28 de janeiro de 2012

O forjador das sombras

É no silêncio que a noite acontece.
Seres imprecisos que habitam
O antigo Vale das Sombras
Descolam-se de meus sonhos
E interpenetram meus corpos,
E nessas horas viro o outro
Que foi edificado dentro
De minhas próprias furnas,
Com o fogo mesclado ao gelo
E forjado nas Sombras,
Camada a camada junto a
Matéria inconstante do somhar.

A morte de uma metáfora

Aquele anjo
Velho e aos farrapos
Finalmente morreu.
Deram-lhe três tiros
Em sua cabeça grisalha,
Mas ainda há tolos
Que querem revivê-lo.
Não sei como conseguem
Pegar naquele cadáver
Que fede fortemente.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O Rei

Tudo o que vejo
São fragmentos
De um mundo distante
Que hoje se perdeu
Nas águas do esquecimento.

Outrora eu portava
Uma espada e era rei...
Mas tudo se foi
A coroa, o manto,
O trono, a espada,
Os cavaleiros, as damas
As gestas, as celebrações,
As opulências, os cavalos,
Os bobos, e o prório rei.

Tudo isso está ali,
Perdido em algum lugar
No fundo dos abismos da mente
Cercado de névoas
Que induzem ao sono eterno.

O Velho

O velho homem
Num pequeno barco
Navega tranquilo
Naquele rio calmo.
Os remos acariciam as águas,
Parecendo mãos delicadas
Que acariam a amada.
Assim ele vai
Totalmente despreocupado,
Com o corpo leve
Para os braços dela,
A Dama do Véu Negro.

O Templo

Nem me dei conta, mas entrei naquele
Antigo Templo novamente. Não
Consigo entrar no velho Pavilhão,
Por isso não percebo que estou nele.

Todavia, consigo ver-me dentro
De suas suntuosas dependências
E banhar minha pele co'as ardências
De seu magnífico e dourado centro.

Entro nele, mas sempre fico fora
Quando atravesso sua velha porta,
Mais antiga que nosso velho mundo.

O Templo vira novamente aurora
Que meu pequeno templo não suporta,
Mas no seu brilho por inteiro afundo.

Excalibur

Por mais uma vez Tive Excalibur comigo,
Mas os Ventos da Agonia
Com suas mãos doloridas
A arrancaram de mim.
Procurei a Dama do Lago,
Mas esta escorregou
Das minhas mãos
Junto com o lago mágico,
Hoje totalmente seco.
A espada dissolveu-se
Para sempre naqueles
Ventos ácidos de outrora.
Hoje só tenho o seu nome
E uma vaga lembrança,
Que é uma bainha
Desgastada pelas eras.

domingo, 13 de novembro de 2011

Dia de chuva

Guarda-chuvas em frêmito, cidade
Em alvoroço, grande vai e vem, pés
Molhados, todos encharcados, tez
Molhada da cabeça aos pés, fealdade

De faróis, carros e buzinas, lama
A me banhar o corpo já cansado,
Um corre-corre, povo lado a lado.
Ah! pandemônio, confusão, reclama

Um do banho que leva de algum carro.
Confusão, trânsito, loucura, gritos,
Um mar de palavrões, na cara barro.

Ah! tão bela paisagem deste inferno,
Água pra todo lado. Que bonitos
Restratos deste mundo tão moderno.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ode aos Vermes

Que saudades eu tenho dos Antigos...
Oh! poderosos Vermes ancestrais
Devoradores de palavras. Mais
forte está agora o amor que sinto amigos!

As Flores Raras que cultivo são
Para vocês devorarem. Estas belas
Pétalas, tão divinas. Todas elas
São delicado mundo em combustão.

Sim, venham! comam destes versos, meus
Corpos amontoados de papel,
Carregados de infernos e de céus,

Cheios de decadência, abençoada
Por um carniceiro menestrel
Podre desta cidade tão sagrada.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Labirinto

Perdi-me dentro
Do velho labirinto.
Aqueles corredores,
Percorri-os todos.
Enfrentei perigos
E conheci os seres
Obscuros que vivem lá.
Travei muitas batalhas
Para encontrar a saída,
Que era o Minotauro,
Que era aquele velho homem
com cabeça de Leão
Já domesticado pelas eras
A saída estava lá
Bem perto de mim.
Era a Luz Negra
Que brilhava, tão fraca,
Nos olhos da criatura.
Peguei de meu próprio fogo
E alimentei aquele ser com ele.
Forte outra vez,
Ambos, criatura e criador,
Frente a frente,
Devoraram-se num ato sagrado.
Fez-se então a saída,
A própia Luz Negra
Que regava todo o ambiente,
Cujo estranho brilho
Era a velha porta esquecida.

sábado, 20 de agosto de 2011

A Casa

A casa
Há alguns dias atrás
Entrei em minha casa.
Não tem nada lá dentro,
Mas não se pode dizer
Que ela é vazia.
Lá dentro existe tudo,
Ela está cheia de lembranças.
Cabe o universo ali.
Vi coisas antigas,
Memórias esquecidas,
Algumas delas
Nem aconteceram ainda.
Minha casa não tem mobília,
Não tem sala, nem quarto
E muito menos banheiro.
Se alguém entrar
Vai ver um vazio
Povoado de vidas infinitas,
Que são imagens,
Memórias e recordações
De todas as épocas e lugares,
Lugares que nunca visitei,
E lugares que nem conheço.
Vamos meu amigo!
Segure na minha mão,
Entre em minha casa
E me conheça por inteiro.



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A grande Rainha

Sempre escorre de minhas mãos
Quando tento pegá-la.
Encontrá-la, de certa forma,
É sempre perdê-la.
Suas visitas são breves
E quando ela se vai,
Resta a Noite,
Que corta meu corpo
Feito lâmina afiada.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A paz

A paz

Desfaz

Se em guerra

Em rumo

À sua

Mais nova

Paz. A

Paz velha,

Em nova

Aflora,

Deságua

Em paz

Que pode

Não ser

A paz

Mais nova

Ou velha...

A paz

Não faz

A paz

Atrás

Da paz...

Pois paz...

Desfaz

Se em paz...

..................

domingo, 5 de setembro de 2010

O homem de vidro

Um homem de vidro atravessa a rua.
Seus passos são incertos e seu olhar vazio.
Seu rosto de vidro, todo remendado!
Quantos tombos ele levou...
As cicatrizes do passado
Estão estampadas no seu rosto.

O homem de vidro
Com seu corpo de vidro,
Remendado dos pés à cabeça,
É o que sobrou de uma peça rara.
Ele não consegue atravessar a rua.
Um desejo negro o atropela.

Um homem de vidro cai outra vez,
E, não se levanta...
Ele espatifou-se...
Só sobraram os pedaços
De um homem de vidro
Espalhados pela rua.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O novo mundo

Em meio a um imenso parque, entre trilhas de cimento que se bifurcam, sigo por uma que me leva a um muro extenso.

Caminho até o fim da trilha. Uma parte do muro está quebrada. Olhando para o que vem além percebo um novo mundo. Atravesso aquele estranho portal embelezado por finas camadas de musgo e algumas pichações.

O novo mundo é imenso, exótico, belo e assustador, parecido com aqueles mundos das histórias fantásticas, mas é tão real quanto aquele que ficou para trás. Na verdade é o mesmo mundo, só que o enxergo em sua plenitude por conseguir ver aquilo que estava ocultado. Posso sentir a simbiose das coisas, e, o cheiro da vida em todos os seus pretos, vermelhos, azuis e demais cores elevadas ao infinito me atraem, e sigo devorando com meus sentidos esse mundo de deleite.

Sou possibilidades. O caminho abriu-se por completo. Tudo é possível agora, não há mais diferenças entre o que vejo, sinto e eu. Passo a ser esse caminho que sempre me leva de mim a mim.

Meus sentidos estão ampliados de uma tal forma, que posso tranqüilamente dizer, que incorporo tudo o que está a meu redor. Uma pedra não é mais uma simples pedra, assim como a rua e as árvores não são somente rua e árvore, mas interpenetram meu corpo e minha alma.

Posso ver no exterior tudo o que existe dentro de mim. Vejo-me em toda a minha riqueza. Como sou grande. Eu nunca havia enxergado detalhadamente o meu mundo no mundo, e, na medida que avanço nesse caminho do pequeno eu para o grande eu, nessa simbiose onde tudo se oculta e se revela, reconheço a grande arquitetura do universo com suas imensidades cheias de encantos. Sigo andando em frente, prestando muita atenção nesses meus eus fragmentados que vem e vão, se unem e se separam.